terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Tabagismo


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a pandemia do tabagismo foi responsável pela morte de 100 milhões de pessoas no século XX. Se não for controlada, poderá vir a matar mil milhões, ao longo do presente século (WHO, 2008).

Fumar é a primeira causa evitável de doença, incapacidade e morte prematura nos países desenvolvidos, contribuindo para seis das oito primeiras causas de morte a nível mundial (WHO, 2008).

Em Portugal, estima-se que o consumo de tabaco seja responsável por 1 em cada 10 mortes verificadas na população adulta e por cerca de 1 em cada 4 mortes verificadas na população dos 45 aos 59 anos (WHO, 2012).

Mais de 90% dos fumadores portugueses iniciaram o consumo antes dos 25 anos.

Cerca de metade dos fumadores portugueses nunca fizeram qualquer tentativa para parar de fumar. A cessação tabágica é, frequentemente, um processo difícil e sujeito a múltiplas recaídas. O objetivo de “erradicação” do tabagismo está, deste modo, longe de estar alcançado.

Em 2006, 20,8% da população residente em Portugal Continental era fumadora. Entre os fumadores, cerca de 10,6% fumava apenas ocasionalmente e 89,4% fazia-o diariamente. A proporção de fumadores atuais era mais elevada na população masculina: 30,5%, contra 11,8% das mulheres. Em ambos os sexos, o valor mais elevado encontrava-se no grupo dos 35 aos 44 anos: 44,6% e 21,2%, respetivamente, em homens e em mulheres.

Considerando a média dos 5 melhores valores europeus, no mesmo ano, verifica-se que a prevalência de fumadores em Portugal é ligeiramente superior (20,8% versus 19,5%). No entanto, esta diferença é mais elevada ao considerar apenas a população masculina (30,5% versus 21,2%). Por outro lado, Portugal é o país da UE em que a proporção de mulheres fumadoras é mais baixa.
  
TABELA 1 - POPULAÇÃO RESIDENTE DE 15 E MAIS ANOS FUMADORA (%), POR SEXO E LOCAL DE RESIDÊNCIA (2006)

     
HM
 
H

M
Norte
19,7
31,4
8,9
Centro
17,0
26.6
8,2
Lisboa e Vale do Tejo
23,1
30,5
16,2
Alentejo
23,0
35,5
11,2
Algarve
24,4
34,1
14,8
Portugal Continental
20,9
30,5
11,8
Média 5 melhores valores da EU
19,5
21,2
15,0

Fonte: Elaborado a partir de dados do 4º Inquérito Nacional de Saúde 2005-2006, INE/INSA, 2009 e WHO, Health for All Database, 2012.


Entre 1999 e 2006, os INS mostraram que o número de fumadores diminuiu (de 22,0% para 20,8%). Para a população masculina a prevalência de fumadores aumentou no grupo dos 15 aos 24 anos (de 29,7% para 31,4%) e diminuiu em todos os restantes grupos etários, com destaque para uma diminuição de 50,4% para 39,0% entre os jovens adultos (25 a 34 anos). Entre a população feminina também se observou diminuição da prevalência neste grupo etário. No entanto, registou-se aumento nos restantes grupos etários até aos 74 anos, com destaque para um aumento de 4,7 pontos percentuais nas mulheres dos 45 aos 54 anos.

Segundo o estudo Health Behaviour in School-aged Children (Matos et al, 2012), a percentagem de adolescentes escolarizados em Portugal, com 11, 13 e 15 anos, que responde que fuma todos os dias tem vindo a diminuir: 5,4% em 1998, 8,5% em 2002, 5,0% em 2006 e 4,5% em 2010. Não foram encontradas diferenças significativas para o género, na análise dos dados de 2010 relativos a experimentação e consumo de tabaco.

A designada Lei do Tabaco (Lei n.º 37/2007, de 14 de Agosto) veio alterar os hábitos tabágicos entre os fumadores, quer no que se refere à redução do fumo ativo, quer no que respeita aos comportamentos que visam a redução da exposição ao fumo passivo. O relatório da primeira avaliação do impacte da Lei do Tabaco, relativamente ao período 2008-2010 (DGS/INSA, 2011), reuniu evidência de que a prevalência do consumo do tabaco diminuiu cerca de 5% no período de dois anos de vigência da lei; relativamente às mulheres não foi encontrada evidência de que a prevalência do consumo de tabaco continuasse a aumentar.

Algumas doenças provocadas pelo  tabaco: 



Importante: O fumante passivo (aquele que fica em ambientes fechados respirando a fumaça de cigarro) também pode desenvolver algumas das doenças acima, principalmente as respiratórias.


Fonte:
- Organização Mundial da saúde (OMS);
- Lei  n.º 37/2007, de 14 de Agosto;
- Direção Geral da Saúde (DGS);
- Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA);
- Plano Nacional de Saúde 2012 – 2016;

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