Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a
pandemia do tabagismo foi responsável pela morte de 100 milhões de pessoas no
século XX. Se não for controlada, poderá vir a matar mil milhões, ao longo do
presente século (WHO, 2008).
Fumar é a primeira causa evitável de doença,
incapacidade e morte prematura nos países desenvolvidos, contribuindo para seis
das oito primeiras causas de morte a nível mundial (WHO, 2008).
Em Portugal, estima-se que o consumo de tabaco seja
responsável por 1 em cada 10 mortes verificadas na população adulta e por cerca
de 1 em cada 4 mortes verificadas na população dos 45 aos 59 anos (WHO, 2012).
Mais
de 90% dos fumadores portugueses iniciaram o consumo antes dos 25 anos.
Cerca de metade dos fumadores portugueses nunca
fizeram qualquer tentativa para parar de fumar. A cessação tabágica é,
frequentemente, um processo difícil e sujeito a múltiplas recaídas. O objetivo
de “erradicação” do tabagismo está, deste modo, longe de estar alcançado.
Em 2006, 20,8% da população residente em
Portugal Continental era fumadora. Entre os fumadores, cerca de 10,6% fumava
apenas ocasionalmente e 89,4% fazia-o diariamente. A proporção de fumadores
atuais era mais elevada na população masculina: 30,5%, contra 11,8% das
mulheres. Em ambos os sexos, o valor mais elevado encontrava-se no grupo dos 35
aos 44 anos: 44,6% e 21,2%, respetivamente, em homens e em mulheres.
Considerando a média dos 5 melhores valores europeus, no mesmo
ano, verifica-se que a prevalência de fumadores em Portugal é ligeiramente
superior (20,8% versus 19,5%). No entanto, esta diferença é mais elevada ao
considerar apenas a população masculina (30,5% versus 21,2%). Por outro lado,
Portugal é o país da UE em que a proporção de mulheres fumadoras é mais baixa.
TABELA
1 - POPULAÇÃO
RESIDENTE DE 15
E
MAIS ANOS FUMADORA (%),
POR
SEXO E LOCAL DE RESIDÊNCIA (2006)
|
HM
|
H
|
M
|
|
Norte
|
19,7
|
31,4
|
8,9
|
|
Centro
|
17,0
|
26.6
|
8,2
|
|
Lisboa e Vale
do Tejo
|
23,1
|
30,5
|
16,2
|
|
Alentejo
|
23,0
|
35,5
|
11,2
|
|
Algarve
|
24,4
|
34,1
|
14,8
|
|
Portugal
Continental
|
20,9
|
30,5
|
11,8
|
|
Média 5
melhores valores da EU
|
19,5
|
21,2
|
15,0
|
|
Fonte: Elaborado a partir de dados do 4º Inquérito
Nacional de Saúde 2005-2006, INE/INSA, 2009 e WHO, Health for All Database,
2012.
Entre 1999 e 2006, os INS mostraram que
o número de fumadores diminuiu (de 22,0% para 20,8%). Para a população
masculina a prevalência de fumadores aumentou no grupo dos 15 aos 24 anos (de
29,7% para 31,4%) e diminuiu em todos os restantes grupos etários, com destaque
para uma diminuição de 50,4% para 39,0% entre os jovens adultos (25 a 34 anos).
Entre a população feminina também se observou diminuição da prevalência neste
grupo etário. No entanto, registou-se aumento nos restantes grupos etários até
aos 74 anos, com destaque para um aumento de 4,7 pontos percentuais nas
mulheres dos 45 aos 54 anos.
Segundo o estudo Health Behaviour in
School-aged Children (Matos et al, 2012), a percentagem de adolescentes
escolarizados em Portugal, com 11, 13 e 15 anos, que responde que fuma todos os
dias tem vindo a diminuir: 5,4% em 1998, 8,5% em 2002, 5,0% em 2006 e 4,5% em
2010. Não foram encontradas diferenças significativas para o género, na análise
dos dados de 2010 relativos a experimentação e consumo de tabaco.
A designada Lei do Tabaco (Lei n.º
37/2007, de 14 de Agosto) veio alterar os hábitos tabágicos entre os fumadores,
quer no que se refere à redução do fumo ativo, quer no que respeita aos
comportamentos que visam a redução da exposição ao fumo passivo. O relatório da
primeira avaliação do impacte da Lei do Tabaco, relativamente ao período
2008-2010 (DGS/INSA, 2011), reuniu evidência de que a prevalência do consumo do
tabaco diminuiu cerca de 5% no período de dois anos de vigência da lei;
relativamente às mulheres não foi encontrada evidência de que a prevalência do
consumo de tabaco continuasse a aumentar.
Algumas doenças provocadas pelo tabaco:
Importante: O fumante passivo (aquele que fica em ambientes fechados
respirando a fumaça de cigarro) também pode desenvolver algumas das doenças
acima, principalmente as respiratórias.
Fonte:
- Organização Mundial da saúde (OMS);
- Lei n.º 37/2007, de 14 de Agosto;
- Direção Geral da Saúde (DGS);
- Instituto Nacional de Saúde Dr.
Ricardo Jorge (INSA);
- Plano Nacional de Saúde 2012 – 2016;
Sem comentários:
Enviar um comentário